sábado, 29 de agosto de 2009

Enfim, felizes

“Enfim, agora podemos ficar felizes com a decisão do Supremo, fez-se justiça!”, deve ter exclamado Sarney, após ter conhecimento da deliberação do ministro Eros Grau.
O pedido para a reabertura das investigações contra Sarney foi negado. Na sexta-feira do dia 28 de agosto, o ministro do Supremo tribunal Federal (STF), Eros Grau negou o pedido feito por sete senadores da oposição.
Se Sarney permanecia inseguro e pressionado até então, agora pode comemorar – dançando se souber, se não souber improvisa e, se preferir, faça par com a deputada Angela Guadagnin (dança da pizza, caso valerioduto). 

Na Surdina

       A Comissão Especial da Câmara, numa sessão “clandestina” aprovou durante a madruga do dia 27, a proposta de emenda constitucional (PEC) que propõe o aumento do número de vereadores nos municípios (mais de sete mil novos cargos para vereadores).
       A verba orçamentária – e imaginem o montante! – que as Câmaras municipais terão que desembolsar para dar conta dos gastos desses novos vereadores, poderia ser investida em projetos tanto de infra-estrutura, quanto sociais nos municípios, visando a melhoria dos mesmos.
       Os suplentes de vereadores ficaram com o sorriso de orelha à orelha, a comemoração pela aprovação da PEC teve direito a salva de palmas e hino nacional. Pelo andar da carruagem, ser vereador hoje em dia é um grande negócio, e não mais um compromisso com a sociedade.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Cartão Vermelho

              Não meus caros leitores, não é um juiz de futebol dando uma aula aos senadores de como apitar uma partida. Quem tentou apitar de árbitro foi o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), durante um discurso inflamado mostrou um cartão vermelho – e que cartão! – para o presidente do senado José Sarney – pena que este não estava presente.
No entanto, o que Suplicy ignorou naquele instante é que, quem apita no Governo não é ele, mas o digníssimo presidente Lula, mesmo que dependendo do apoio da base aliada, PMDB. Todos pudemos perceber, com grande revolta, que Lula e seus aliados também apitam sobre o Conselho de Ética – nome este que não adere à realidade dos atos –, mas não entraremos nesse mérito no momento.
O fato é que, apesar do senador Suplicy ter acatado até então as decisões do Partido dos Trabalhadores (PT), isso não o impede de se revoltar e demonstrar sua revolta contra tais decisões. O cartão vermelho foi para Sarney, porém, o Governo e sua base aliada devem ter entendido muito bem esse gesto simbólico, afinal, estamos no país do futebol, e o nosso presidente é um grande apreciador desse esporte.
Seria bem mais fácil, se toda vez que um político aprontasse, fosse feito como nas partidas de futebol. Faríamos como Suplicy: “Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, está expulso!”.

Final Feliz?

Nessas últimas semanas – com muita indignação – temos acompanhado junto à mídia, o escândalo e a novela em que se transformou a nomeação de cargos por atos clandestinos no Senado.
Enquanto o governo pegava fogo, em meio a discussões um tanto quanto exaltadas, o presidente do senado José Sarney (PMDB-AP) continuava negando o ocorrido.
“Eu não sei o que é ato secreto, aqui ninguém sabe. Tudo é em relação ao passado. Não temos nada com isso.” (16/06/09)
“Não pode haver atos secretos se houve causas e efeitos. Neste caso eles não podem ser secretos.” (19/06/09)
No dia dezenove de agosto, o senador José Sarney foi absolvido de todas as acusações. O Conselho de Ética, presidido por Paulo Duque (PMDB-AP), arquivou todas as 11 ações movidas contra Sarney. A oposição entrou com pedido ao plenário para recorrer da decisão.
No entanto, o que pudemos observar foi que, enquanto a oposição se debatia inutilmente para tentar investigar os fatos e a população acompanhava consternada e impotente, Sarney e sua tropa de choque (Governo e aliados), fingiam que nada estava acontecendo, preparando-se para mais tarde se dirigirem à pizzaria mais próxima do Senado.
Aguardemos a decisão do plenário, pois por enquanto, final feliz mesmo somente para Sarney e companhia.